4 de maio de 2010

De onde surgiu a idéia do Blog da família

por Raquel Stela de Sá


A idéia deste BLOG surgiu de um texto sobre minha história de infância que foi mandada para irmãos e sobrinhos, motivando muitos e-mails.

A partir disto, o mesmo foi criado com o objetivo de juntos (filhos, genros, noras, netos (as) e bisnetos) re-construirmos por meio de textos, fotos antigas, outros, a história de pessoas tão amorosas como foram nossos pais/avós/bisavós: Alamiro e Stelita.

Sendo assim, solicitamos que aqueles que tenham algum texto escrito por eles ou por vocês sobre o que ficou na sua memória sobre o convívio com eles, fotos antigas, que nos mandem para que sejam postadas no Blog.

Além disto, todos podem postar comentários em cada item!

Aguardamos a colaboração de todos vocês para que possamos re-construir a nossa história!

Um grande beijo!

Raquel (Keka)

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Lembranças de Infância

O que você lembra de sua infância? Normalmente, quando olhamos para o passado, sobretudo para quando éramos crianças, o que nos vem na memória é uma grande nostalgia e temos a tendência de considerar muito bons aqueles momentos vividos. Não sei se com todos foi assim, mas vejo a minha infância como muito divertida. Gosto de lembrar dela!

Quando penso nas brincadeiras que fazíamos na rua onde morávamos, fico muito feliz. Nesta rua os amigos se juntavam para brincar de pegar, de teatro, de bicicleta, de fazer casinha, de se pendurar no chorão, de andar de carrinho rolimã morro abaixo, de fazer comidinha em fogueira nos terrenos baldios que nesta época ainda existiam, de correr dentro de poças d´agua após a chuva.

Posso sentir o cheiro de chuva quando brincava nas poças que ficavam em frente a nossa casa. Posso repetir os nomes dos diversos personagens que incorporávamos enquanto brincava com os amigos na infância. Posso também lembrar de como minha mãe nos ajudava a transformar nossos beliches em cabanas, barcos e aviões para brincarmos dentro de casa em dias de chuva.

Tive, durante a infância, lindas experiências que preencheram meu dia-a-dia. Referindo-se a esse aspecto Cecília Meireles pergunta: “de que são feitos os dias?” E responde: “De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças.”
E, no verão... era só felicidade! Nos organizávamos com muita antecedência para arrumar as trouxas para passar dois meses na praia.

Esperávamos o ano todo a chegada do verão para ir para a casa de praia. Uma casinha simples a beira de um riacho onde brincávamos o dia inteiro com os primos e amigos. Brincadeira de pescar peixinhos com peneiras embaixo dos lavadores que ficavam a margem do riacho, ida a cachoeira para tomar banho e ainda retirar argila para a confecção de objetos, deslocamento a lagoa pelos cômoros de areia imensos e brancos queimando os nossos pés.

E, ao final, ainda tínhamos como recompensa um banho de lagoa azul e refrescante. Posso ainda sentir a sensação da água gelada no meu corpo. Um tempo de infância que deixou muita saudade.


Raquel Stela de Sá

Mas isso não quer dizer que gostaria de voltar no tempo. Sinto-me muito bem no presente e estou, acho que há um bom tempo, sempre olhando o futuro, pensando em coisas que ainda desejo fazer.

Foi, sem dúvida, um tempo muito divertido. Me considero uma pessoa privilegiada por ter tido uma infância muito feliz e rica em experiências e, ao mesmo tempo, sempre protegida por uma família muito especial, com pais amorosos e oito irmãos companheiros. Ficaram na memória imagens de um tempo rico de aprendizado, que nos ensinou a ver como era o mundo e de nos preparar para viver nele.

É incrível, mas essas imagens têm cheiros, produzem sabores e sensações prazerosas que nos transportam pelo mundo da nossa memória.

Lembrar de árvores que podíamos nos dependurar, dos ralado nos joelhos depois de aventuras realizadas com os amigos em uma cidadezinha do interior, lembrar das cocadas saboreadas depois do almoço, das laranjas que partilhávamos sentados no varandão conversando com nossos pais, das muitas situações imaginárias que nos acompanharam durante a infância é hoje muito gratificante.

“Preciso lembrar da minha infância, os jogos de amarelinha, os segredos que me contaram lá no fundo do quintal. Preciso guardar as minhas lembranças, as viagens que fiz, ciranda, cirandinha e o gosto de aventura que havia nas manhãs. Preciso guardar meus talismãs o anel que tu me deste, o amor que tu me tinhas e as histórias que eu vivi.” (MURRAY, 2004).

Histórias que se encontram guardadas na nossa seletiva memória e que se abrem de vez em quando para nos presentear com os momentos em que nossas vidas são vistas com olhos poéticos de criança, ou seja, olhos que só compreendem o mundo pelas coisas simples, pelos rituais da ludicidade, fazendo história através das lembranças da memória.


Lembranças que são feitas de vida, de criatividade e de mudanças que trazem para o “aqui” e o “agora” elementos pertencentes ao passado e que se abrem também para questões sociais e históricas, no momento em que se inserem como fatores pertencentes também a outros indivíduos contemporâneos.

Essa história tem sido, a história possível, construída por cada um na relação com o outro e que, de alguma forma, será construída também por todos nós, que somos os autores, relatores e os personagens da chamada história. (SARAT, 2010).

REFERÊNCIAS

MURRAY, Roseana. Classificados Poéticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2004.

SARAT Magda. A escola da minha infância: história, memória e educação,
2002. http://www.unicentro.br/editora/revistas/analecta/v3n1/artigo%2011%20%20a%20escola%20da%20minha%20infancia.pdf . Acesso em: 03 de março de/2010.

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Contribuições vindas por e-mail:

Aguardo as contribuições de vocês para colocar no texto.
Só recebi até agora da Miriam.
Cristiane e.... netos da vo stelita e do vo Alamiro...vocês também devem ter coisas para acrescentar!
Beijocas!

Raquel


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Oi pessoal, quanto tempo hein??? Dificil "encontrar" assim tanta gente da familia ahauahaua
Como alguns já sabem, estou morando no interior do Pará, to trabalhando com avaliação psicologica pra Vale do Rio doce, eu e o namorido!!!
E pra quem não sabe tb terá casamento no final desse ano, mas ja ja voces receberão os convites, pode deixar!

Tia Keka, nao consegui ler o texto, só entrei no blog mais nao achei!!!

Anexa e manda pra gente ler tb...Prometo que tentarei contribuir com alguma coisa hehehehe

Beijao em todos!

Le:)

Legal, gostei do texto!

Vou ver se me concentro aqui e consigo contribuir com alguma coisa ahauahauhauahauha
"Cheiro", principalmente de Jaguaruna a gente nunca esquece, ne???

Beijus

Alessandra

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Que delícia!!!
O bom de ler isso é que, quem teve a oportunidade de viver alguma coisa daquela praia, conseguiu fazer voltar os "cheiros e prazeres" vividos lá.

E o Vô sentadinho ali no canto da varanda...

Beijos,

Helô

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Parabens mana..muito bom o teu texto..eu nao lembraria metade do que tu escreveste...hehe. Muito bem elaborado e escrito.Lembro realmente da mae colocando tampas de panela com um prego para fazer a direçao do carro no beliche.Lembro tbem na praia,em noite estrelada e de luar, na varanda, o pai ensinando e mostrando as estrelas e constelaçoes para nós. Eu adorava aquilo...a ursa maior, o cruzeiro do sul, as 3 marias ,etc...
O teu blog tbem é maravilhoso! Nao sabia que voce fazia parte desta disciplina de recreaçao.E tudo assinado pela doutora Raquel Stela de Sá. Parabens! Logo, logo voce se tornara tbem uma escritora.
Quando eu lembrar de mais alguma coisa eu te mando, ok?
Fico feliz e orgulhosa de ti.
Um beijao
Da mana que te admira muito.

Mirian


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Olá Raquel
Parabéns pela iniciativa. Ficou muito bom o blog. Emocionante mesmo, ver as
cartas da Vó Stela e algumas fotos antigas que eu ainda não conhecia. Não
tenho nada a acrescentar por enquanto, mas vou ficar "ligado" e, se aparecer
alguma sugestão, mandarei.
Abraços

Venso


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Lembrar da infância é lembrar das relações vividas entre irmãos, pais, parentes e amigos. Uma das melhores lembranças que tenho da nossa infância na casa rosa são as semanas que antecediam a Páscoa. A movimentação de todos procurando caixas de sapato para preparar as cestas de páscoa. Picar papel colorido para forrar a cesta....papel, cola, tesoura, fita, etc. Nós os pequenos, ansiosos para acordar cedo no domingo de Páscoa e procurar a cesta que o coelhinho havia escondido. Será que está atrás da cortina da sala? Vou procurar embaixo do sofá. E o terrorismo dos mais velhos: acho que o coelho não trouxe sua cesta este ano, voce não mereceu.....Raiva.
Quando ancontrávamos era algo incontrolável.....alegria, surpresa, exitação....muito bom! Algo que posso afirmar, aquilo era a mais pura FELICIDADE.

Por hoje mando essa parte da minha infância.

Beijão querida irmã. Te amo.

Marcelo.

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HUAHAHAHAHA!!!!! Essa família que comemorava o aniversário do Vô Alamiro (com direito a cantar parabéns e tudo) anos depois da sua desencarnação, está melhorando.... de maluca está aprendendo a fazer terapia de grupo!!!!!!!
Muuuuuito bom!!!

Cristianne de Sá Bez
Psicóloga
(48) 8814 5378
"As pessoas não são importantes pelo que são ou pelo nome que tem, mas sim pelo que servem."
Autor Desconhecido

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Calma mana, muita calma....Precisamos nos inspirar para mandar algo legal.

Só não pode mandar os "podres" da adolescencia dos outros, certo, Ike????

Alamiro

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Oi tia,

Parabéns pela iniciativa, li tudinho, muito legal!
E bom saber de onde a gente veio e tambem muito bom recordar.
Assim que tiver alguma contribuicao te mando :)

Beijo grande

Luciana

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2 comentários:

  1. Logo, logo que me livrar do trabalho em julho proximo corrigirei algumas coisas com a contribuicao de vocês e continuarei o blog. Acho mto impoetante para as gerações futuras saberem de onde vieram. Beijos e obrigada!

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  2. Bom dia! Estou procurando a avó do meu marido Elisa de Sá de solteira e Elisa de Sá Carvalho de casada, que pensamos ser natural de Tubarão. Elisa teve três filhos: Eulina (minha sogra), Paulo e Adhemar. Convivemos com Edgar de Sá, um dos oito filhos de Alexandre Coelho de Sá e Francisca Puccini. Minha sogra sempre se referia ao Edgar como seu primo o que nos leva a crer que a Elisa poderia ser irmã do Alexandre. Alguém pode nos ajudar? Meu email é kikacolombo@hotmail.com Grata pela atenção!

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